Fusíveis e Borba



Fixemo-nos por momentos neste anúncio de uma marca de louças sanitárias. Louças, sim. As loiças ficarão para outro dia; tenho uma óptima história sobre um toiro numa loja de loiça. É uma história que é uma riqueza, um autêntico tesoiro.

Distraímo-nos. Voltemos então a fixar-nos no anúncio. Parece tudo em ordem. Louças para todos os gostos, de linhas simples e actuais. Até aqui tudo bem. Concentremo-nos então numa parte do anúncio que me intrigou.



Aqui, perderam-me. Quer dizer, eu até sou uma pessoa que deixa acumular várias pilhas de livros e revistas na casa de banho.

Por falar nisso, escreve-se casa de banho ou casa-de-banho? Sempre tive esta dúvida. Isto já para não falar da eterna questão casa de banho/quarto de banho. Mas só os hífens já me incomodam. Vou à casa de banho. Vou à casa-de-banho. Vou à cas’banho.

Cas’banh.



Distraímo-nos outra vez.

Dizia eu, revistas e livros. Que indiciam visitas prolongadas, mas esta não é a hora nem o lugar para discutir isso. O lugar talvez seja, devido ao nível do que se tem escrito por aqui, mas agora não quero.


(caso alguém não se lembrasse já da imagem)

Nunca fui pessoa de ter garrafas de vinho nas instalações sanitárias. Por todas as razões e mais algumas, todas elas relacionadas com a incompatibilidade entre “beber” e “urina”. Pelo menos na minha formação cultural. Não quero com isto estabelecer juízos sobre pessoas que bebem urina. Só pretendo estabelecer distância. E uma ou outra acção judicial, caso se voltem a aproximar. Mas juízos, não.

Mas acho bonito que uma empresa de louças invista num mercado tão específico como o das pessoas que vão beber para as instalações sanitárias. Atenção, não estamos a falar de pessoas que bebem urina. Não, estamos a falar de gente com nível (bolas, um juízo.) que bebe copos de vinho tinto enquanto se estende no jacuzzi. Por alguma razão, sempre que num filme alguém se estende num jacuzzi 1. tem um copo de vinho tinto e, 2. está sem luz em casa. Talvez as duas estejam relacionadas, não sei. Ai, esqueci-me de pagar a conta da luz, vou acender umas velas e vou para a banheira beber. Tinto.

Talvez tudo isto esteja relacionado com uma fobia de ser electrocutado. Quando estão sem luz em casa, as pessoas que têm fobia a electrocussões podem apreciar verdadeiramente a experiência de se estenderem num jacuzzi. Ou num banho de imersão, que o nível a que me referia não implica necessariamente um jacuzzi, porque nem toda a gente pode ter um jacuzzi. Mas toda a gente pode ter tinto e falta de luz. E sem luz ninguém nos pode atirar um secador ligado para a banheira, enquanto lá estamos estendidos a beber tinto.

Portanto, esta empresa achou que se justificava investir nas pessoas que não querem ter de ir à cozinha buscar uma garrafa de vinho de cada vez que falta a luz. Acho bonito, pá.

1 Resposta(s) a “Fusíveis e Borba”

  1. # Blogger cristina amil 4:30 da tarde

    Há uma coisa que me escapa no cenário do jacuzzi.. sem electricidade, como é que este pode funcionar?
    Gases intestinais?...  

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