Avante, Camarada

Maria José Nogueira Pinto, dirigindo-se esta noite a um dos candidatos à liderança do PP:

"Queria agradecer-lhe por ter escrevido esta moção"

Depois disto, ainda há quem me pergunte porque sou de esquerda?

Assopra-te, Sésamo.

Tenho um trauma. Ou terei vários. Mas ocorre-me um em específico neste momento. Tenho tendência a ser uma pessoa que passa despercebida, daquele género de que muitos nem chegam a saber o nome. Aconteceu que nunca passou por nenhum agrupamento, diria Pessoa. Mas há coisas que não admito. E ontem, na minha primeira visita à Casa da Música, deu-se a gota de água - e reparar-se-á dentro de segundos no oportunismo desta metáfora. Longe vão os tempos em que os sanitários de edifícios públicos tinham torneiras das que se rodam e papéis para secar as mãos; e hoje tudo se faz por infravermelhos, ou lá o que é. Só não percebo é porque é esse sistema é racista. Nunca consegui que os secadores de mão electrónicos me reconhecessem. E não é por falta de esforço; muitas vezes dei por mim a esbracejar desesperadamente sob uma daquelas maquinetas, ansiosamente à espera da tépida brisa. Mas nada. Não tenho reacção. Não percebo porque seja. Às vezes questiono-me se será preciso algum movimento secreto de mão, que só os técnicos de secadores conhecem verdadeiramente, para que aquelas coisas funcionem de imediato. E ontem, quando fui à Casa da Música, usei os sanitários. Que, apesar de regressarem ao velho sistema dos papéis para secar as mãos, dizem "ah! Julgavas que ia ser fácil, mas agora tenta passar aí água!" porque colocaram o sistema de infravermelhos nas torneiras. E se já é patético esbracejar por baixo de um secador de mãos, bater oalmas sob uma torneira ainda é mais ridículo e perturbador - ainda por cima, o primeiro acto tem a vantagem de ir secando as mãos à medida que se esbraceja; já o segundo, poderia ter esse mesmo efeito, mas na realidade as mãos ainda não estão molhadas.

Serei invisível?




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