O que passou foi que eu chego aqui e sou confrontado com certas e determinadas situações; dizem-me "ah, e tal." e eu "ah e tal não! ah e tal não!". Então eu venho lá de baixo e dizem-me que não sei quê, chego cá acima afinal parece que não, em que é que ficamos? Os gajos "ah, não sei que mais, e o camandro..." e eu "maaaau... mas queres ver que a gente tem de se chatear?". Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que está aqui a trabalhar, eu quero trabalhar, hã, e sou, e dizem-me, como eu aqui ouvi, dizem-me "ah, não sei quê". Mas que é isto? Que é isto? Isto não se faz, eu sou um gajo que dou-me bem com toda a gente, sim senhor, dou-me bem, por mim está tudo bem, e fazem-me isto! E há gajos que andam para aí, que fazem trinta por uma linha, e depois passa tudo incólume, que é coisa que eu não percebo... é que eu assim não venho, deixo de vir aqui e vou fazer a minha vida para outros sítios, sítios onde inclusivamente malta me diz "eh pá, e tal, sim senhor", que é para lá que eu vou, deixo de vir aqui, pá, hã, porque quando eu vejo que há aí palhaços, pá, que falam falam, falam falam, falam falam, pá, e eu não os vejo a fazer nada, pá, fico chateado, com certeza que fico chateado, pá! Está a perceber?

Autoria: Produções Fictícias, 2003

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