Acho formidável como para a malta da cidade qualquer coisa que se veja para lá do Marão é digna de interjeições de espanto e admiração. Estive uns dias em Vila Real com pessoal que nunca na vida tinha visto monte e senti-me muito feliz por lhes poder dar a conhecer coisas tão surpreendentes como campos, árvores, tractores, carroças e animais.

Talvez assim enumeradas não sejam coisas assim tão assinaláveis, mas vê-los transformados em turistas japoneses a tirar fotos a tudo o que se mexia ou tudo o que era verde encheu-me de orgulho. Uau, igrejas. Uau, uma senhora de idade numa carroça. Uau, uma vaca.

Mas a frase-chave da viagem terá sido mesmo: "Olha, póneis! Ah não, são cabras.""

Depois há o problema de se ser o motorista oficial. Porque qualquer saco que fosse útil apenas durante a viagem resulta na expressão "não te importas que isto fique aqui no carro, pois não?". Portanto, se alguém quiser comprar pão de forma, faço descontos. Com côdea ou sem côdea. E por pouco não tinha também integral.

-> Encontrei o "Hard Day's Night" a 1 euro.
-> Ouvi alguém usar a expressão "ad eternum" numa frase sobre mobília.
-> Vi um pilhão. Mesmo.

Afinal os seis anos de aulas de desenho que já levo na bagagem têm alguma utilidade e dão-me algumas garantias para o futuro. Estou ansioso por encontrar algum antigo professor meu para lhe poder dizer que sou letal no Pictionary. A jogar contra pessoal de Ciências, claro.

Só inventaram as "plotters", impressoras de grandes formatos, para poderem dizer que o trabalho já está "plottado", porque nunca chegam a saber se se diz "impresso" ou "imprimido".




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